O FIM DE UMA ERA

Por estar com a estrutura abalada, comprometendo a segurança de quem adentra, a Igreja Matriz de Santa Izabel foi demolida.

     Foto 1: Frente da Igreja Matriz de Santa Izabel – acervo de Rodrigo Freitas

Uma grandiosa obra iniciada no final de setembro de 2016, dará a Santa Izabel uma nova cara; uma nova Identidade. Um novo templo católico está sendo erguido para maior segurança e comodidade dos fiéis.

A Igreja Matriz de Santa Izabel que durante 90 anos foi a principal identidade do município, saiu de nossas vistas para entrar na memória. Ela que acompanhou a evolução e crescimento da Izaterra® (@Luiz Augusto); que presenciou vários momentos históricos em nosso município, foi demolida, dando o majestoso lugar a um novo e grandioso templo católico, erguido por suas entranhas.

 Para Orlando Lino, genro de Nestor Herculano Ferreira, possuidor de grande memória Izabelense, conta que a cidade ganhará uma nova identidade. “Não resta dúvidas para o Izabelense que já alcançaram a sexta década de existência, ficará aquela grata recordação. Porém temos que reconhecer o desprendimento e a tenacidade dos nossos irmãos católicos a frente o Pároco Rúzevel Lourinho que visam com o nosso edifício, que além da ampliação que trará mais comodidade aos fiéis, a cidade ganhará um indiscutível visual estético e moderno”.

Para o Padre Agostinho Cruz, filho da terra que hoje é pároco em Icoaraci, faz-se necessário a construção de um novo templo, trazendo assim mais segurança e comodidade ao povo católico izabelense. “Agradeço ao Rodrigo Freitas pela reflexão histórica de um símbolo de fé e de expressão Izabelense, lugar que há quase 100 anos marca a vida de nossa gente! A Igreja matriz era possuidora de uma fachada imponente por causa de suas torres e formato. Mas sabemos que o tempo, e as condições de materiais empregados na época para a construção não eram de boa qualidade, e que seria necessário intervir para que Santa Izabel continuasse a ter uma igreja matriz com maior dignidade. Essas transformações não apagam a memória, pelo contrário, nos colocam num processo de continuidade com os que já nos precederam neste caminho de fé! Hoje faz-se necessário trabalhar para termos um templo onde a fé possa continuar crescendo. Espero voltar várias vezes à minha paróquia de origem para aí celebrar os santos mistérios. Deus abençoe o nosso povo Izabelense. (Comentário pelo Facebook)

A Igreja Matriz é possuidora de uma fachada imponente de estilo europeu. Suas 12 colunas faz menção aos 12 apóstolos que sustentam a Igreja de Cristo.

Deteriorada pelo tempo, e condenada pelo corpo de bombeiros militar, a referida entrará para a memória com sua esplêndida história de muitos que aqui passaram.

Por: Rodrigo Freitas – Pesquisador e Escritor

HISTÓRICO DA IGREJA MATRIZ DE SANTA IZABEL

A Igreja Matriz começou a ser construída em 1937 e só foi concluída na década de 1960. Muitos daqueles que participaram da sua construção sabem do trabalho que deu e quanto custou. E se rejubilaram com o resultado dos seus sonhos, da arquitetura, dos significados, das vidas que encheram esse templo - Suami Gusmão, Aldo Andrade e Mestre Hugo, foram uma das pessoas que trabalharam na obra da atual Igreja Matriz

Igreja Matriz de Santa Izabel década de 1960 –acervo de Rodrigo Freitas

Quantos batizados, crismas, primeiras eucaristias, casamentos, missas, círios. Quantas fotos já fizeram na frente dessa Igreja? Da janela do trem, do caminhão pau de arara, de ônibus, de automóveis, de motos e bicicletas, e atualmente, quantas selfies são feitas, por dia, na frente da Matriz? Seus construtores e sonhadores, provavelmente, não imaginaram que haviam construído aqui um dos principais cartões postais do Município.

A beleza de fora não é maior do que a de dentro. Lá dentro, estavam os altares, as 12 colunas, os vitrais, a antiga pia batismal, as imagens que já tiveram, ajoelhadas em seus pés, pessoas que choraram suas mágoas, pessoas que agradeceram por graças alcançadas, pessoas que rogam por justiça, pessoas que pedem perdão. Tudo começou com primeira capelinha de Santa Maria, na década de 1870, neste mesmo local, com a frente para o caminho do Maranhão, depois a capela para Santa Maria, no mesmo local, com a frente para a ferrovia, na década de 1890, e depois mais uma capela, culminando com a destituição de Santa Maria do posto de Padroeira e, finalmente, a entronização de Santa Izabel de Portugal.

A primeira capela em Santa Izabel foi construída em 1881 e administrada pelo vigário de Benevides - Padre Antônio Lira Pessoa de Maria. A Santa Venerada era Santa Maria.

Em 1905, Santa Izabel passa a pertencer a Paróquia de Benevides, foi declarada vaga pois os frandes resolveram estabelecerem-se em Belém, tendo sido entregue ao vigário de Castanhal, padre Luiz de Souza Leitão.

Em 1910 foi criada a Paróquia de Santa Izabel.

No dia 15 de novembro de 1934, dom Antônio Almeida Lustosa nomeou o Padre Marcos Schawalder  como capelão do Orfanato Antônio Lemos.

No dia 12 de Janeiro de 1935 o arcebispo modifica os limites entre a Paróquia de Benevides, transferindo-a para Santa Izabel e nomeia o Padre Marcos Schawalder como primeiro Vigário

Em 1937 é iniciada a construção da nova igreja Matriz (atual), sendo concluída somente em 1960.
       Atualmente o Pároco desta referida Igreja chama-se Pe. Ruzevel do Socorro Lourinho Ferreira, e com a Criação da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, foram divididas as comunidades católicas desta cidade.

Na Igreja Matriz da Paróquia encontra-se enterrado o Monsenhor Giovanni Broccardo que durante 38 anos trabalhou na Paróquia neste município.

 Encerro essa matéria com um poema do Padre Paulo Vasconcelos Gomes, conterrâneo Izabelense, atualmente pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima.

Poema Escrito pelo Padre Paulo sobre a Igreja Matriz.

Sentimentos de um coração que se despede.

Só Lembranças!

Matriz de Torres altaneiras.

Formosas Cúpulas

Quantas vezes contemplada

Que saudade deste cenário.

Não mais te vejo, guardo para sempre tua memória.

Nem o tempo, nem ninguém apagará tua beleza.

Ficarás eternamente erguida no meu coração.

Por: Rodrigo Freitas®